Recém-formada, diretora do espetáculo mais premiado no Fitub quer voltar em 2016
17 de julho de 2015por Léo Laps
Formada em dezembro do ano passado pelo curso de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiza Rangel é a diretora da peça mais premiada do 28º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (Fitub), Rinocerontes. Além do título de melhor espetáculo, a peça baseada em obra escrita em 1960 pelo romeno Eugène Ionesco levou troféus pela concepção sonora, atores (Davi Palmeira e André Locatelli) e pela direção. O Fitub encerrou ontem na noite de quinta-feira, 16, no Teatro Carlos Gomes.
Aos 22 anos, Luiza é uma das jovens diretoras que participaram pela primeira vez do festival deste ano. É que, apesar do caráter universitário, na maioria das vezes a função de dirigir acaba ficando na mão de experientes professores. Apostando nos jogos teatrais, trabalhou com atores mais velhos e conseguiu inserir ótimas referências contemporâneas — como a cena dos selfies durante o velório de um gato esmagado por um rinoceronte — no texto de Ionesco.
Também atriz, ela volta ao Rio de Janeiro com novas perspectivas, reveladas durante um breve bate-papo comigo na festa de encerramento do festival, no Teatro Carlos Gomes:
— Receber esses quatro prêmios são como um grande toque: “vai em frente”. Lidamos com grandes dificuldades para fazer teatro em nossa cidade: baixos orçamentos, falta de patrocinadores. Mas vou embora de Blumenau pilhada para trabalhar. Fico feliz por ter assistido a tantas linguagens e pesquisas diferentes.
Interessante notar que, apesar da empolgação geral dos grupos durante a premiação — que teve homenagem especial para a coordenadora do evento, Pita Belli, e música com o excelente François Muleka —, não há clima de competitividade.
— Sinceramente, eu havia esquecido que havia essa premiação, e senti isso nos outros grupos também. O mais importante no Fitub, sem dúvida, são os diálogos, as trocas, o aprendizado que rola nesses oito dias. É muito mais que apenas apresentar um espetáculo.
Luiza e seus parceiros de Rinocerontes querem voltar em 2016.
— Desejamos voltar mais vezes, é um grande momento de encontros entre grupos e profissionais do teatro.
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